“Os consumidores adorariam poder curvar ou dobrar dispositivos”, disse à publicação Bob O’Donell, analista de mercado da empresa IDC. “Em vez de carregar um telefone ou tablet, você poderia simplesmente desdobrar uma tela grande”, complementa.
Apesar das promessas animadoras feitas por
muitos profissionais envolvidos no desenvolvimento da tecnologia, a previsão é
que os primeiros displays flexíveis surjam de forma discreta em aparelhos já
bem estabelecidos. Smartphones e tablets devem ser os grandes responsáveis pela
estreia comercial da novidade, algo que deve acontecer já em 2013.
Forma de diferenciação
A primeira leva das telas flexíveis deve ser usada mais como uma forma de diferenciar produtos do que uma maneira de mudar o formato de aparelhos eletrônicos. Atualmente, quem mais aposta nisso é a Samsung, que deve apresentar sua primeira linha de aparelhos com a tecnologia dentro de alguns meses.
Com início programado
para o dia 8 de janeiro de 2013, a CES 2013 deve ser palco para o anúncio de
diversos produtos surpreendentes e para a apresentação de conceitos totalmente
inéditos. Porém, a tecnologia que deve ganhar destaque entre as empresas que
vão participar do evento é uma só: os displays flexíveis.
Embora não sejam exatamente uma novidade
entre quem acompanha notícias relacionadas ao mundo da tecnologia, esses
dispositivos durante muito tempo foram apresentados como uma simples promessa
do futuro. História que deve mudar no ano que vem devido ao esforço de empresas
como a Samsung e a Sharp, que já trabalham em meios de incorporar as novas
telas em produtos acessíveis ao grande público.
Neste artigo, apresentamos alguns dos
motivos pelos quais essa tecnologia está chamando tanto a atenção da indústria.
Confira abaixo as razões pelas quais, em um futuro próximo, você provavelmente
também vai ter em sua casa ao menos um dispositivo equipado com uma tela
flexível.
Tecnologia versátil
“Há um mundo amplo de possibilidades para
displays flexíveis”, afirmou ao USA Today o pesquisador Jeff Demain, do
Laboratório de Circuitos e Sistemas da Intel. “Dentro de cinco anos, todas as
superfícies vão se transformar em telas”, prevê ele.
Carros: além de servir como um meio para exibir informações, as telas
flexíveis poderão atuar como uma forma de mudar a cor do carro que você vai
comprar no futuro. É o que garante Akio Toyoda, CEO da Toyota, que em 2011
apresentou ao público o Fun-Vii, veículo conectado à internet que empregava
displays colocados em seu exterior para mudar sua aparência.
Construções: a tecnologia
também deve mudar a forma como a publicidade é exibida em nossas ruas. Como são
extremamente duradouras e resistentes, as telas podem ser usadas em ambientes
públicos sem serem prejudicadas por elementos como a chuva. Embora ainda
estejam restritas a alguns museus e estações de metrô bastante específicos, as
telas em breve devem invadir construções mais comuns — a expectativa é que a
China seja a primeira a adotar a tecnologia de forma massiva em seus prédios.
Obstáculos e expectativas
Para que os displays flexíveis realmente ganhem espaço no mundo da tecnologia, será preciso que as empresas da área consigam superar diversos obstáculos técnicos. O principal deles é conseguir desenvolver substratos (camada na qual componentes eletrônicos são colocados) que possuam a mesma durabilidade e flexibilidade das novas telas.
Esse processo tem se provado bastante caro,
consumindo uma quantidade de tempo que não se adéqua ao ritmo de uma planta
industrial. “Há vários desafios que devem ser superados. Nenhum deles maior do
que os displays que usam vidro em sua composição”, afirma Pat Moorhead, da Moor
Insights & Strategy.
“Displays flexíveis
têm sido assunto de conversas nos últimos 10 anos”, disse Pat Moorhead,
presidente da empresa de pesquisas de mercado Moor Insights & Strategy.
“Agora, o foco é a criação de produtos”, completa. Confira abaixo uma lista com
alguns dos meios em que a nova tecnologia poderá ser empregada:
Pulseiras: se depender
da HP, em breve as forças armadas dos Estados Unidos passarão a usar pulseiras
capazes de estabelecer a comunicação entre soldados, também atuando como
aparelhos de GPS. Os dispositivos, que serão costurados aos uniformes
militares, também podem atuar como uma forma de obter informações técnicas
relacionadas ao reparo de veículos danificados em batalha.
Balcões de cozinha:
Durante essa etapa de transição, displays flexíveis com dimensões reduzidas deverão marcar presença em crachás de segurança, cartões de fidelidade e em etiquetas que indicam o preço de produtos em lojas e supermercados. Segundo Janos Veres, líder do time de eletrônicos imprimíveis do Palo Alto Research Center, a adoção da nova tecnologia no fim das contas se trata basicamente de um jogo que envolve uma mistura de expectativa e paciência.
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